O universo otaku vive ouvindo esse termo. Acontece que nem sempre utilizamos ele da maneira correta, o que é totalmente perdoável, porque o mercado de animação no Japão é completamente diferente de qualquer outro país. Mas, qual seu significado?

Para entender o que é OVA e porque ele é diferente de um anime de temporada e um filme de cinema, vamos começar do começo, o significado da sigla! OVA significa “Original Video Animation”. Pronto, agora você sabe o que significa OVA! Bem, na verdade não é bem assim. 

No mercado japonês há casos em que uma história em mangá/anime relativamente conhecido, ou mesmo uma light novel, por exemplo, não tem uma longa história que cabe em uma temporada de anime. As temporadas são divididas conforme as estações do ano, sendo cada uma dividida em animes com cerca de 12 episódios. Há casos em que há uma segunda temporada, ou a continuação da história na estação seguinte, mas os OVAs não se encaixam nem em um e nem em outro. 

São animações específicas que possuem uma duração maior, podendo ser comparado com um longa metragem às vezes. Ou episódios com mais de 23 minutos, mas que não chegam a 12 episódios. Mesmo que a história original seja relativamente curta e não dê para produzir todo o processo de um anime de temporada, ela também não cabe em animes que possuem 10 minutos ou menos. 

Tomoe, de Rurouni Kenshin

Para sair desse entrave comercial, as produtoras de anime criaram uma versão diferenciada de animação: o OVA. De forma bem clara, o OVA sai apenas em formato de DVD e não vai ao ar na TV, e nem é lançado no cinema, nos casos de OVAs com mais de 1h30m de duração. Justamente por ter uma porta mais fechada comercialmente, os OVAs são produzidos com um apelo comercial para chegar diretamente ao fã mais fervoroso da obra original.

Então, basicamente, a animação é lançada para as lojas venderem blu-rays hoje em dia, num formato mais de colecionador (é comum ter brindes também). Esse molde é bem mais atual, mas o OVA existe desde o início do estouro da animação japonesa, com clássicos como Ranma ¹/², Hellsing e Rurouni Kenshin

Alucard – Hellsing Ultimate

Um OVA possui a mesma qualidade de uma animação de cinema?

Discutindo outros fatores que determinam as diferenças entre um OVA e um filme animado de longa metragem, podemos chegar na qualidade de produção. O OVA costuma ser bem animado, justamente porque ele é feito mais para o fã, para quem já conhece a obra original. Mas é difícil comparar com as belas produções de Studio Ghibli (Meu querido Totoro e Viagem de Chihiro) ou direções do Makoto Shinkai (Kimi no na wa)

Então na verdade depende muito. Há OVAs que são versões diferenciadas de um anime já famoso, outros que resumem a história de um mangá, entre outros casos. Depende da produtora, do diretor, do nível de sucesso da história e do planejamento de como querem entregar o produto ao mercado. 

Já lançaram um OVA no Brasil?

Até onde sei, apenas de forma pirata em DVD/Blu-ray. Oficialmente o Brasil ainda pena para trazer esse tipo de produto ao mercado, justamente porque o OVA é muito voltado para o Japão. Atualmente, dependendo da fama da obra original, o OVA pode ser vendido nos EUA e em outros países ocidentais, mas também que possuem um mercado mais aquecido que o nosso. 

Um exemplo disso é o OVA de Asagao to Kase-san, que recentemente teve o anúncio de lançamento no mercado norte-americano. Portanto, para nós brasileiros, caso tenha um OVA de uma história japonesa que gostamos muito, temos que torcer para ser lançado oficialmente em inglês para comprar. 

Yamada e Kase-san de Asagao To Kase-san

Outra forma é acompanhar as plataformas de streaming, que após a venda dos DVDs no Japão, podem comprar os direitos de transmissão e colocar no catálogo. Mas você não terá exatamente o 100% do produto que o OVA de fato é.

Mas sim, consumimos OVAs, às vezes sem saber que é um OVA, pois a produção toda parece um filme, ou um episódio normal de anime. Para tirar as dúvidas, vale ir no MyAnimeList para ver se você assistiu um OVA, um especial ou apenas um filme mesmo. 

Os OVAs mais conhecidos certamente são os 4 epis de Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan – Tsuioku-hen, que contam a história da criação do Kenshin desde criança, conhecendo a Tomoe e enfrentando o Enishi. A história também é uma adaptação do mangá, Rurouni Kenshin, de Nobuhiro Watsuki.

Outro OVA mais recente e largamente conhecido é o de Shingeki no Kyojin: Kuinaki Sentaku. Ele é baseado na visual novel (um tipo de game) de mesmo nome. É a mesma história do spin-off em mangá que conta o passado de Levi e Erwin, lançado no Brasil pela Panini com o nome Ataque dos Titãs – Sem Arrependimentos.

Levi, de Shinkegi no Kyojin

Ainda há o ONA!

Com o advento da Internet e do sucesso dos canais de streaming e plataformas online, uma versão atualizada do OVA surgiu, o ONA: Original Net Animation. Esses são ainda mais específicos que os OVAs, mas são tentativas de lançar animações em plataformas diferenciadas antes de sequer irem ao ar em um canal de TV.

Nesse caso, se um animê é publicado originalmente e primeiramente em plataformas como Crunchyroll, Funimation, Netflix, Hulu e Amazon, ele é um ONA. Aqui vale também as tentativas de amadores e profissionais independentes, em canais do YouTube ou Vimeo

Um exemplo de anime lançado totalmente na web de primeira é a segunda temporada de Nanbaka, com os últimos 12 episódios lançados totalmente de forma online. Ambas as temporadas podem ser vistas na Crunchryoll

Nanbaka

E aí, conseguiu tirar todas as dúvidas? Às vezes é tudo bem confuso mesmo, mas se ainda tem alguma pergunta ou não entendeu direito alguma coisa, segue a gente nas redes sociais e manda uma mensagem pra gente!

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