Amor com Data Marcada (título original: Holidate) é uma comédia romântica dirigida por John Whitesell, com o roteiro a cargo de Tiffany Paulsen. O filme foi adicionado ao catálogo da Netflix em 28 de outubro de 2020 e faz parte de uma lista de mídias relacionadas à época de Natal.

Vale ressaltar que está com legenda e dublagem em português disponíveis, bem como não é recomendado para menores de 16 (dezesseis) anos. Feitos tais esclarecimentos, resta descobrir se vale a pena conferir mais uma obra recheada de clichês, ou se deixamos para outra hora.

E vamos de “Holidate”…

No presente longa-metragem, acompanhamos a história de Sloane (Emma Roberts, sobrinha da atriz Julia Roberts) e Jackson (Luke Bracey). Os dois se conhecem na fila de uma loja, quando estão trocando os presentes de Natal. Na ocasião, eles reclamam sobre como as datas comemorativas podem ser complicadas e cheias de pressão familiar e romântica.

Em pouco tempo de conversa, descobrem coisas em comum e pontos distintos um do outro. Como por exemplo, estarem fartos de se sentirem sozinhos nos feriados, ou então terem que se sujeitar à relacionamentos com obrigações sufocantes e estranhas. Tudo por causa da insistência de família, amigos e a própria imposição da sociedade em relação à ideia negativa de se encontrar solteiro(a).

Assim, com personalidades diferentes, e um tanto quanto ao acaso, Sloane e Jackson fazem um acordo: serão o acompanhante um do outro em todas as próximas festividades do ano. Ademais, a ideia é que seja um envolvimento platônico, sem qualquer pingo de sentimento no quesito amor. É a famosa amizade com benefícios, aliada à ideia de não se apaixonar. Será que conseguem?

Um pouco dos elementos de cada festividade de “Amor com Data Marcada”

Antes de falar sobre aspectos gerais do filme, gostaria de ressaltar o trocadilho no título original. O nome do longa brinca com as palavras “holiday” (feriado) e “date” (encontro), formando a expressão “Holidate“. Ou seja, alguém para sair apenas em datas festivas, sem envolvimento sentimental. Na versão brasileira, utilizaram o termo “feripar” ou “ferigato”, que causa um estranhamento mas depois parece fazer mais sentido.

Sobre a ambientação, tem-se que os cenários são simples e do dia a dia, mas o espectador se depara com as mais diversas comemorações, até mesmo Dia de São Patrício. Assim, fica impossível não se identificar com a trama, pela sensação de ter passado por algo parecido em eventos ou pelas ações e reações de amigos e da família.

Em relação à trilha sonora, com gêneros do rock ao pop e contando com alguns clássicos, pode-se dizer que ela dá o toque final para despertar as mais diversas emoções, seja de ânimo, de nostalgia ou de espírito natalino.

Sobre o elenco, o destaque fica para o casal protagonista. Os dois entregam química e sintonia, além de grandes momentos de diversão. O espaço de tristeza existe, mas pela previsibilidade do filme acaba não comovendo muito. De toda maneira, há a torcida para que os dois deem certo, aquela faísca de ansiedade, sabe?

Quanto aos coadjuvantes, serviram para impulsionar o relacionamento principal e causar algumas intrigas, merecendo menção a atriz Kristin Chenoweth (vide imagem). Ela interpretou a Susan, tia de Sloane, com uma personalidade única e marcante, capaz de arrancar muitas risadas e reflexões do público.

Aliás, uma parte legal é que todos os personagens ganham um final, mesmo não tendo muito desenvolvimento ao longo da história. Num geral, foi uma boa escolha de elenco, com cada um realizando o necessário para dar certo.

Uma fórmula comum e previsível, mesmo assim agradável

Sloane (Emma Roberts) e Jackson (Luke Bracey) dançando “(I’ve Had) The Time Of My Life”, música da última cena do filme “Dirty Dancing – Ritmo Quente”. 

“Amor com Data Marcada” é um filme óbvio, previsível, repleto de clichês e fórmulas conhecidas. Mesmo assim, prende quem está assistindo, consegue ser divertida e entreter . A história não é cansativa nem enfadonha, ela flui naturalmente. No entanto, há uma linha de raciocínio repetitiva, no sentido de ir a um evento, rolar algum problema e trazer consequências para o relacionamento.

Parte da fluidez ocorre pelos protagonistas, que realmente combinaram um com o outro, seja na aparência ou na personalidade. Parece que os dois têm uma relação de anos e é gratificante acompanhá-los. Outro fator capaz de manter quem está assistindo é a curiosidade de como cada situação vai desenrolar e de qual será a próxima bagunça.

Talvez o maior problema do longa sejam os estereótipos, bem como as piadas um tanto quanto infantis, digamos assim. No início funcionam de maneira tranquila, mas depois ficam exageradas e as vezes forçadas. Enfim, tirando essas partes, que podem incomodar certas pessoas, tem-se que Amor Com Data Marcada é uma boa pedida para dias leves, em que você não quer pensar ou esperar muito da obra. No fim, o resultado será o de alguns risos e o coração preenchido com amor.

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