Nem todo jogo continua sendo jogável com o passar dos anos. Não são todos os títulos de videogame que conseguem sobreviver às amarras do tempo. Alguns perduram e se mantém divertidos e desafiadores apesar das limitações mecânicas e gráficas de sua época. Outros, contudo, parecem perecer cada vez mais com o passar dos anos e quando tornamos a jogá-los ficamos nos perguntando: “Senhor, como eu conseguia jogar isso?”. Vejamos a seguir quais títulos foram derrotados pelos anos que se passaram.

Assassin’s Creed

Obviamente não é da franquia como um todo que estamos falando aqui nesse texto e sim de seu primeiro título. O jogo protagonizado por Altair fez grande sucesso em sua época e é até hoje muito lembrado e querido pelos fãs da franquia. 

Mas, convenhamos que a lembrança e o apreço dos fãs se dá muito mais pelo grande personagem que Altair é, bem como a história envolvente e que viria a influenciar todo o universo dos assassinos e templários. Bate o saudosismo, vem aquela vontade de reviver o começo de tudo e quando você começa a jogar… Bate a realidade. O jogo é terrível!

Imagem do gameplay de Assassin's Creed

É inevitável a frustração ao tentar jogar novamente Assassin’s Creed e ver que trata de um game cuja mecânica é precária, com missões irritantemente repetitivas e entediantes. Quanto mais o tempo passa e a Ubisoft se esforça para aperfeiçoar fatos históricos, mecânicas e dinâmica das missões nas histórias mais atuais dos assassinos, mais gritante fica a disparidade entre estes e o título que deu início à tudo. 

É uma pena que Assassin’s Creed não tenha envelhecido bem. Entenda, um jogo tão diferente de seus sucessores prejudica o efeito cauda longa da franquia. Se já requer paciência para jogadores que estão ali desde o começo de tudo retornar e tentar jogar novamente a história de Altair, imagina para o novo fã, que quer jogar as histórias anteriores e conhecer toda a linha do tempo. 

Quanta paciência com um jogo obsoleto mecanicamente o novo fã vai ter? O quanto essa mecânica ultrapassada vai impedir alguém de insistir e conhecer uma das histórias mais fantásticas dentre os membros da Ordem dos Assassinos? Muitos não irão jogar, muitos podem não conhecer Altair. É uma pena.

Super Mario 64

Cena do game Super Mario 64

O personagem mais famoso dos games também está presente nessa lista. Enquanto boa parte dos títulos do Mario para o Super Nintendo permaneçam indubitavelmente como clássicos dos clássicos, não é possível dizer o mesmo de Super Mario 64, lançado para o Nintendo 64.

Sejamos honestos aqui, é quase impossível conseguir jogar Super Mario 64 atualmente. Os controles são escorregadios e imprecisos, a câmera é um horror absoluto e o jogo se resume a missões para buscar alguma coisa. 
Não quer dizer que o título não tenha sido importante para a sua época. É claro que foi. Mas o tempo foi cruel com nosso querido encanador bigodudo quando o assunto é Super Mario 64.

Resident Evil

Cena do jogo Resident Evil

Joguemos as mãos para cima e glorifiquemos a Capcom por ter ouvido as preces dos fãs e ter relançado o primeiro Resident Evil. Porque, meus amigos, tá aí um jogo que sofreu com o passar dos anos.

Basicamente sob a mesma justificativa de vários outros títulos lançados na mesma época. Câmera ruim, animações meio atrapalhadas e design muito fraco são alguns dos motivos que condenam Resident Evil. E ainda tem mais: ter que ficar parado pra poder atirar e interagir com objetos, favorecendo ataques de inimigos que não haviam sido detectados ainda. E não vamos nem falar muito da interface de usuário, não é? Era quase necessário ter que fazer algum tipo de curso específico pra conseguir entender e navegar por aquela interface arcaica.

Tomb Raider

Lara Croft, protagonista do jogo Tomb Raider

Uma das minhas memórias mais vívidas jogando PlayStation 1 em minha infância é a de ver uma Lara Croft feita basicamente de formas geométricas balançando a cabeça pra frente (em tom assertivo), para indicar que estava falando. Os lábios não se mexiam. Uma voz dizia as falas de Lara, enquanto sua cabeça de movia pra baixo e para cima. Me recordo de ver aquilo e pensar: “Caramba, como os videogames são incríveis!”

É, mas o tempo passa, o tempo voa… E agora esse movimento não é mais incrível, não é mais inovador. Pelo contrário, é cômico. Novamente, caro leitor, não é a intenção aqui desmerecer o jogo da Sony, jamais! Joguei muito Tomb Raider e guardo um grande carinho por esse jogo, que marcou muito minha infância. 

Porém, existem jogos tão antigos quanto (ou até mais) que são perfeitamente jogáveis até hoje, mesmo com limitações gráficas e mecânicas da época, que são coisas mais que naturais de ocorrerem. Afinal, é não só injusto quanto cruel esperar que um jogo de duas décadas atrás consiga acompanhar passo a passo títulos atuais.

Caso é que, Tomb Raider não conseguiu resistir ao passar do tempo e se tornou um jogo muito complicado de ser jogado novamente com uma experiência agradável. Os elementos do jogo são fracos. Fazer movimentos simples com a Lara no jogo acaba sendo torturantemente chato e desgastante. Vai lá tentar pular com ela pra você ver quanto tempo vai levar pra conseguir. Conseguiu? Ótimo, agora faça uma sequência de pulos, indo de um caixote ao outro, ou de uma pedra a outra. Haja paciência.

Mass Effect

Cena do jogo Mass Effect

Mass Effect foi um pioneiro no gênero “faça as suas próprias escolhas”. O jogo foi um sucesso e é até hoje muito bem quisto em meio à comunidade de gamers. Porém, com o lançamentos dos títulos seguintes da franquia, o primeiro Mass Effect foi se mostrando cada vez mais obsoleto. 

A mecânica de escolhas do jogador não sofreu com o passar dos anos. Esse ponto permanece muito positivo no primeiro jogo da franquia. Mas, o mesmo não pode ser dito com relação à outros aspectos do game, como a mecânica de tiro, que é desengonçada e artificial.

GTA III

Cena do jogo GTA III
GTA III é um verdadeiro teste de paciência.

GTA III é um grande sanduíche de mecânicas, missões e demais características ultrapassadas em um jogo que foi ficando cada vez mais impossível de ser jogado com o passar dos anos. 

O que você mais faz em GTA? Provavelmente roubar carros. Quando você rouba os carros, o mais lógico é que você vá dirigi-los por aí, atropelando pessoas e destruindo tudo pela cidade, certo? A precisão para dirigir um automóvel é talvez um dos requisitos mais essenciais em um jogo como GTA, ao menos espera-se. GTA III tem o que talvez seja a mecânica de direção de pior qualidade na história da franquia da Rockstar. Agora, se você passa raiva pra tentar dirigir um carro, quanto tempo vai levar até largar o game de lado e passar pra próxima opção? 

Mas ok, suponhamos que você seja um ser humano abençoado com o dom da paciência infinita e que, mesmo assim, quer tentar jogar novamente a história de Toni Cipriani. Eis então que é necessário completar as missões da história. Missões estas cujo balanceamento de dificuldade é horroroso, forçando você a viver o sofrimento de ter que ficar refazendo as missões várias vezes, até finalmente conseguir finalizá-las por algum milagre dos deuses dos jogos. Observe bem, não trata de um desafio com missões difíceis e desafiadoras. Não, são missões mal desenvolvidas, que resultam em um balanceamento aleatório de dificuldade. GTA III é um verdadeiro teste de paciência.

Twisted Metal 2

Cena do jogo Twisted Metal 2
Olha esses gráficos, que coisa horrível.

Twisted Metal 2 foi um jogo extremamente divertido e fez muito sucesso quando foi lançado. Só que com o tempo passando os fãs do jogo foram observando que Twisted Metal 2 tinha um defeito muito claro, que foi se tornando cada vez mais evidente e que é muito simples. Twisted Metal 2 é muito feio. Mas, assim, muito feio mesmo!

O cenário usava quase a menor quantidade de pixels possíveis para existir e os modelos de carros eram simplesmente horrorosos e rudimentares (até mesmo para os padrões do próprio PlayStation 1.

Uncharted 2

Imagem do jogo Uncharted 2

Nathan Drake não escapou dessa lista. É com grande pesar que eu o incluo aqui, mas embora seja fã da franquia, a verdade precisa ser dita. Em sua época, Uncharted 2 foi um grande sucesso em termos de narrativas de aventura e tudo mais. Mas agora se mostrou um jogo que na verdade é repetitivo, com uma trama bem ok, sem grandes revelações e que foi rapidamente ultrapassada por jogos com elementos interativos superiores. 

Atirar em inimigos da milícia por trás de uma proteção do cenário pode até ser divertido a princípio, mas passar horas e horas completando missões que basicamente são SÓ ISSO já é sacanagem né, convenhamos. O maior problema em Uncharted 2 é o fato de ter se tornado um jogo sem graça.

Pois é meu caro mancebo, a vida é assim. Inclusive, muitos jogos que hoje tomam várias horas do seu dia com diversão e aventura poderão ser fortes candidatos à essa lista em um futuro não tão distante assim. É a magia da evolução dos jogos. Nos vemos na próxima aventura!

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