Pra você maratonar

Sabemos que o audiovisual no Brasil está passando por sérias dificuldades. Mas verbas congeladas e falta de incentivo não vão acabar com as produções brasileiras.

Aqui tem muita história pra contar e talentos indescritíveis, por isso é importante que as produções nacionais recebam o devido reconhecimento.

Com isso em mente, eu resolvi juntar pra vocês algumas produções brasileiras que estão disponíveis em serviços de streaming, ideal pra aproveitar o feriado e fazer aquela maratona.

HBO Go

— Psi

Criada pelo escritor, psicanalista e dramaturgo Contardo Calligaris, Psi tem 4 temporadas e já conta com a 5ª confirmada!

Na série ambientada na cidade de São Paulo, você acompanha a vida do psicanalista, psicólogo e psiquiatra Carlo Antonini (Emílio de Mello) dentro e fora do consultório. Carlo Antonini também é protagonista de dois contos escritos por Calligaris: “O Conto do Amor” e “A Mulher de Vermelho e Branco“. Porém, as histórias contadas na série são inéditas e baseadas em histórias reais.

Emílio de Mello e Claudia Ohana como Carlo Antonini e Valentina na série Psi
Emílio de Mello e Claudia Ohana como Carlo e Valentina

Além de seu trabalho convencional e sua família, Carlo ainda tenta balancear em seu tempo livre investigações sobre crimes e casos complexos e incomuns na capital paulista, pra depois conversar sobre eles e os demais contratempos da vida com sua melhor amiga e colega de trabalho, Valentina (Claudia Ohana) e seu amigo coveiro, Severino (Raul Barreto).

— Magnífica 70

Criada por Cláudio Torres, Renato Fagundes e Leandro Assis e contanto com Carolina Jabor (além de Torres) na direção, Magnífica 70 já foi finalizada e conta com 3 temporadas.

A série começa em 1973, período da Ditadura Militar, na cidade de São Paulo, e gira em torno de Vicente dos Reis (Marcos Winter) e as produções da Boca do Lixo.

Vicente é um censor da Polícia Federal entediado da própria vida e de seu casamento. Ele veta a produção de um pornochanchada e o produtor Manolo (Adriano Garib) e sua esposa e atriz principal Dora Dumar (Simone Spoladore) não se conformam com a decisão, e quando vão contestar, Vicente acaba encantado por Dora e se solidariza com a situação de Magnífica (a produtora do filme), que corre o risco de falir.

Simone Spoladore como Dora Dumar na série Magnífica 70
Simone Spoladore como Dora Dumar

Então, fingindo ser alguém com contatos no departamento de Censura, Vicente se propõe a ajudar Dora e Manolo e mergulha na mágica do cinema, pegando gosto pela coisa e se envolvendo num triângulo amoroso com o casal.

A série é uma dura e relevante crítica à repressão e intolerância do período da Ditadura Militar.

— Pico da Neblina

Criada por Chico Mattoso, Marcelo Starobinas, Cauê Laratta e Mariana Trench Bastos, e com a direção nas mãos de Rodrigo Pesavento, Quico e Fernando Meirelles, Pico da Neblina teve o último episódio da primeira temporada no ar em 6 de outubro.

A série descreve uma realidade alternativa onde a maconha foi legalizada, e conta a história de Biriba (Luís Navarro), um traficante que vende apenas maconha com o intuito de sustentar sua família.

Daniel Furlan e Luís Navarro como Vini e Biriba na série Pico da Neblina
Daniel Furlan e Luís Navarro como Vini e Biriba

Depois da legalização, Biriba fica dividido entre conselhos de dois amigos: Vini (Daniel Furlan), um empreendedor inexperiente, propõe uma sociedade, onde abririam uma Boutique de maconha e Biriba trabalharia dentro da lei; já Salim (Henrique Santana), diz que é o momento de encarar desafios maiores e ganhar mais dinheiro ainda na criminalidade.

Pico da Neblina traz o debate da legalização das drogas pra nossa tela e nos faz refletir sobre o assunto, que está completamente fora da realidade conservadora que vivemos atualmente.

Netflix

— Irmandade

Criada por Pedro Morelli, Irmandade estreou em 25 de outubro e já está com a sua segunda temporada confirmada!

Ambientada numa prisão superlotada na década de 90, a série conta a história dos irmãos Edson (Seu Jorge) e Cristina (Naruna Costa). Ele, preso há 20 anos e líder de uma facção criminosa. Ela, advogada idealista.

Naruna Costa e Seu Jorge como Cristina e Edson na série Irmandade
Naruna Costa e Seu Jorge como Cristina e Edson

A trama leva Cristina a ser usada pela polícia para se infiltrar e acabar com a facção da qual seu irmão é líder.

Irmandade é cheia de conflitos pessoais e morais, é uma série impactante e nos faz pensar que o certo e o errado são determinados unicamente pelo ponto de vista de quem está julgando.

— 3%

Criada por Pedro Aguilera, 3% é a produção brasileira mais conhecida dessa lista. Conta com 3 temporadas já exibidas e a 4ª foi anunciada como a última da série. É a série de língua não-inglesa mais vista nos EUA.

A série relata um futuro não muito distante de um Brasil devastado onde apenas 3% da população não vive em situação de miséria.

print de cena da série 3%
Eita

Os 97% restantes tem apenas uma chance de mudar de vida: o Processo. Ao completar 20 anos, os jovens passam por uma série de testes físicos, morais e intelectuais, que vão ditar se eles merecem ou não fazer parte da elite. Apenas 3% das pessoas passam.

— Coisa mais linda

Criada por Giuliano Cedroni e Heather Roth, Coisa Mais Linda já está com a sua segunda temporada confirmada!

Ambientada no Rio de Janeiro dos anos 50, a série conta a história de 4 mulheres, e mostra como, mesmo depois de mais de meio século, pouca coisa mudou para nós.

as atrizes Pathy Dejesus, Fernanda Vasconcellos, Mel Lisboa e Maria Casadevall
Prainha com as migas

Cada uma dessas mulheres é obrigada a lidar com machismo e conservadorismo até mesmo pra fazer seu próprio trabalho (soa familiar?) e, apesar da série ter suas falhas no que diz respeito a atuação e frases de efeito desnecessárias, a história contada é relevante e, infelizmente, muito atual.

Não se limite

Tanto a HBO Go quanto a Netflix contam com mais produções nacionais, além das que eu citei, mas outros serviços de streaming, como Prime Video (com “Os Imortais” e “Cidade Invisível“), GloboPlay (com “Se Eu Fechar os Olhos Agora” e “Sessão de Terapia“) e Fox+ (com “1 contra todos“) também trazem produções brasileiras maravilhosas e interessantes pra nós.

E é sempre bom lembrar que é impossível continuar produzindo se não houver público.

Vamos valorizar nossos artistas!


Se quiser ler mais textos meus, é só clicar aqui! 🙂

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