Nesta quarta-feira, 4, o YouTube aceitou o acordo na corte norte-americana a dar mais proteção às crianças na plataforma e a pagar uma multa no montante de U$170 milhões. Segundo informações da matéria da Folha de São Paulo, a Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês) e a secretaria da Justiça do estado de Nova York anunciaram a penalidade do YouTube depois de uma investigação que durou um ano.
A investigação veio por conta de queixas de organizações de defesa do consumidor de que a plataforma de vídeo recolhia ilegalmente dados sobre crianças, a fim de vender publicidade de produtos sem o consentimento dos pais. Apesar da multa histórica anunciada, era uma punição esperada para o YouTube.
Para terem uma noção do quanto o montante impacta (ou não) o Google, os US$ 170 milhões equivalem a menos de 2% do lucro do Google no trimestre passado. A partir dessa punição, muita coisa irá mudar na plataforma no que tange os conteúdos infantis, conhecidos como vídeos de filtro “kids”.
Essas mudanças, segundo o maior YouTuber do Brasil, Felipe Neto, não foram muito focadas pelos grandes canais do jornalismo e são elas que vão dar nova cara à plataforma. Por conta disso, criou uma thread no Twitter para falar mais delas.
As principais mudanças, segundo Felipe, que adicionou referências de informação, são:
- Vídeos de conteúdo puramente infantil não serão mais monetizados pelo sistema de “personalized ads” no YouTube.
- Vídeos infantis no YouTube não terão mais os comentários habilitados e não enviarão notificações para os inscritos.
Essas mudanças anunciadas hoje devem entrar em funcionamento daqui 4 meses, ou seja, em janeiro de 2020. São mudanças bastante impactantes para os criadores de conteúdo para crianças, que não terão mais monetização de seus vídeos e nem terão ajuda de divulgação da plataforma.
Apesar dessas mudanças, os comentários dos comissários da FTC, segundo a Folha, mostram que as autoridades regulatórias continuam divididas sobre a melhor abordagem para controlar as ações das empresas como o Google.
Já Felipe Neto concorda com o YouTube, mas não deu detalhes dos motivos, mas explicou que ele e seu irmão Luccas Neto se prepararam para essas mudanças. Apesar do Felipe Neto não ter conteúdo infantil, Luccas Neto, seu irmão, é uma das principais referências para as crianças nos últimos anos.
É importante salientar que conteúdo infantil não está apenas associado à pais que usam a imagem de seus filhos para ganhar dinheiro pelo YouTube, mas também conteúdos infantis educativos, e até mesmo animações, como a Turma da Mônica e séries, como As Aventuras de Poliana, que são canais que podem ser prejudicados.